quinta-feira, 6 de março de 2014

Meu medo de ser só





Como diria Tom Jobim "é impossível ser feliz sozinho" . 
E é! Pra mim, é!
Engraçado que desde criança essa sensação toma conta de mim. Chorava de medo da solidão, me sentia sozinha mesmo sem entender, de fato, o que isso significava. Me lembro de pensar no desespero de não ter ninguém, no vazio que isso traz sem ter idade pra essa preocupação. 

Adolescente, percebi que não estava no padrão de beleza, coisa que eu achava que seria fundamental pra encontrar um amor, me via sozinha, forever alone, sabe? (Eu sou uma asna, eu sei) 
Aí veio o primeiro namorado e eu achava que seria pra sempre.

Obrigada, Universo por ter me aberto os olhos e me feito pular fora do bote furado!
O segundo eu acreditei com todas as forças que seria eterno. Tinha certeza que meu problema sobre a temida solidão estava acabado! 

Adorava a família dele, os amigos dele, tudo e qualquer coisa que viesse dele... Então veio o pé na bunda big foot total! 
Meu mundo ficou devastado, e por muito tempo, eu parecia um zumbi, acabada de tristeza. 
Passei um tempo pensando que deveria aprender a me amar muito antes de amar alguém novamente, porque eu tenho a mania estúpida de empregar toda minha felicidade na presença daquele que eu amo.

Fico parada no tempo, com a sensação ilusória de que eu nunca mais vou estar sozinha, que vou ter sempre aquela mão pra segurar. E isso me enche de alegria.
Só a vida me mostrou que não é bem assim. Mas eu aprendi? Será que aprendi?
Não. Não mesmo.
Continuo um cão que chora na ausência do dono. Que raspa a porta querendo entrar numa busca desesperada por companhia.
O pior é que isso é mais forte em mim hoje. Sei lá se traumatizei, se alimentei inseguranças. O medo de ser só me assombra, me dói.

Chega a me tirar o sono como hoje.
Tive uma amiga que me dizia que eu deveria curtir minha companhia, sentir prazer em fazer coisas sozinha. 

Eu juro que entendo o ponto de vista mas não me sinto assim. 
Eu gosto de ter um companheiro que eu ame e que esteja junto de mim.
Pode ser uma puta carência ridícula e patológica ou só meu jeito de sentir a vida. 
As pessoas são diferentes, né?
O que eu tenho que entender de tudo isso é que, apesar da imensa alegria de ter alguém comigo, não posso jogar todas as fichas nisso, não posso colocar toda minha energia, porque se ele quiser ir embora é necessário que eu consiga sustentar meu mundo, que meu amor próprio seja o alicerce da minha vida. 
A solidão é um pesadelo, mas se ela acontecer novamente eu tenho que ter a mim mesma pra recorrer quando vier a vontade de ter uma mão pra segurar. 
Afinal de contas, a única responsável pela minha felicidade sou eu mesma.

Um comentário:

  1. É minha amiga Cami, você definitivamente não é a única que se sente assim! Aliás acho que isso é um dos pontos comuns entre nós 3... acho que eu sou a que mais curte ficar sozinha, a que mais aceita conviver com os botões. Mas até aí dizer que gosto, que procuro isso para mim? Balela!! Eu gosto é de ter pessoas com quem eu possa contar. Eu não admitia isso por frustrações iguais a que vc teve... mas agora não tenho mais medo de dizer que sim, odeio ser sozinha! Tenho família e amigos e amo isso, mas tem momentos que não é suficiente. Mal agradecida? Sei lá, não to nem aí, só é a verdade! Adorei o texto! bjos

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