quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Chinelaterapia


Queridos rapazes, não acreditem quando uma mulher disser que é equilibrada. Que não tem ciúmes, nem desconfianças. Desconfie daquelas que não cobram nada e não ligam de serem trocadas pelos seus amigos num sábado à noite. Se for assim, pode apostar, ou ela não está tão interessada quanto você pensa ou tem outro(s) na parada. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Quando está interessada/apaixonada/amando, TO-DA mulher surta, sem exceção. A grande diferença é que algumas dão barraco e outras se mantém na pose do “nada aconteceu”. Vamos aqui falar das com classe, que seguram a onda. Porque as barraqueiras vocês já sabem no que dá.

As que abafam o surto possuem, de fato, o que pode se chamar de “equilíbrio feminino”. Sabem o terreno onde pisam. Sabem o que NÃO podem cobrar de um determinado relacionamento. Sabem que às vezes fazem drama, exageram e que é melhor respirar fundo antes de cravar uma faca nas costas do cidadão. Mas sabem também que tomar balão é opção. Ninguém morre por retirar o time de campo quando não há respeito.

A questão é que até tudo isso ser racionalizado e digerido, quem sofre com o surto sempre é a best friend. É um mimimi sem fim. Rola bipolaridade, chororô, xingo, perdão, xingo outra vez. E a amiga tá lá, ouvindo todas as teorias, todos os detalhes da história, ajudando a avaliar, analisar, a botar panos quentes e, claro, a xingar o cretino, caso necessário.

Porém, há um certo limite. Chega uma hora que você vê sua amiga se estrebuchando no chão da amargura e não há outra opção a não ser aplicar as técnicas da chinelaterapia. Eu explico: toda vez que uma amiga que tenho muita liberdade (como as Cretinas) passa do limite estratosférico do drama mode on, eu as ameaço que se não pararem em 3, 2,1, vão apanhar de chinela. É a senha: parou com o exagero!

Minha terapeuta (Inês, te amo! Hahaha) me ensinou a me chamar pelo nome e bater os pés nos chão quando eu perceber que estou viajando. E sempre tem aquele momento que você percebe. É nessa hora que tem que haver o auto-tapa-na-cara. E acredite, é incrível como “se chamar” de volta para a realidade dá certo. E como sou boa demais pra guardar esse “poder” comigo, aplico também em quem eu amo. O “parou com o chilique” funciona.

Porque tem coisas que nós mesmas não enxergamos, por mais “equilibradas” (lembre-se do que eu já disse sobre esse conceito) que sejamos. E tem coisas que até vemos, mas fingimos que não. Mulher é bicho metido a ser dono da razão e tenta ignorar o fato de que está exagerando. Mas nada que uma chinela voadora e com muito amor, bem no meio da fuça, não resolva. E isso vale pra vida, viu? Não só pra relacionamentos amorosos.

Portanto, lembrem-se: às vezes sua amiga precisa mais do que compreensão. Precisa de alguém que puxe seus pés para o chão de forma prática e não de mais uma maluca que dê asas às suas neuras. Isso também é dar apoio, também é estar ao lado. Também é amar. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O mimimi dos 30


Eu fiz 30 anos. Merda! Não queria, nunca quis.

Quando adolescente, eu fazia planos suicidas, porque não queria envelhecer. Continuo não querendo... OPA! Peraí, já envelheci um monte. Que pavor desse tempo que voa! É por causa dessa minha neurose com a passagem do tempo que tudo na minha vida acontece mais tarde. Inconscientemente me boicoto, pra não ter que encarar a vida adulta. Maldita síndrome de Peter Pan...

As pessoas da minha faixa etária se formaram, trabalham, constituíram família ou estão bem próximas disso, eu não. E é óbvio que isso me preocupa, me chateia, mas fui eu mesma que me enfiei nessa cilada, não foi?

Imaturidade!

Não estudei o suficiente pra passar em medicina e fui cursar a segunda opção. Abandonei o curso de veterinária, na época um grande alívio e hoje um grande arrependimento. Recomecei e passei em medicina com 25 anos. Porra, 25 anos não é mais idade de recomeçar algo tão complexo. Falhei, é claro. Como eu não falharia se sou tão boa nessa arte??!! Enfiei o pé na DP, somei a imaturidade à minha burrice e me enrolei ainda mais nessa mesma DP. Parabéns, Peter Pan! Vamos lá pegar o diploma aos 45 anos na Terra do Nunca. Super natural viver de mesada do pai nessa idade... Que presente de filha, hein papai? Puro orgulho!

Quando eu achei que tudo havia entrado nos eixos - estava cursando medicina, namorando com planos sérios de casar (sérios pra quem mesmo?) -, levei a maior galhada do planeta, um lembrete do universo que comigo nada acontece como manda o figurino. Meu tempo é diferente, é retardado. E quando ele tenta acertar os ponteiros, de alguma forma muito sádica eu consigo atrasar tudo de novo.

Sim, eu sei que eu sou dramática, que nós atraímos o que pensamos e que esse meu hábito ruim de me colocar sempre pra baixo me trouxe até aqui. Me culpo todo dia enquanto passo meu creme anti-rugas e penso que meu pai pode reclamar do valor da fatura do meu cartão (com to-da razão), quando vejo meus livros de medicina pela casa (aqueles, que já deveriam ter sido estudados), quando vejo minhas amigas felizes com seu filhos no colo... é inevitável não me sentir um fracasso. E ao invés de me acalmar e traçar um plano pra resolver meus atrasos, eu choro. Feito uma criança escondida no banheiro ou no meio da noite com o meu travesseiro.

Será que um dia isso passa? Será que eu e o tempo ainda seremos amigos?

Há 30 anos que brigamos em todos 17 de agosto.
Há 30 anos que eu não vejo razões pra celebrar mais um ano de existência.
Muito triste eu me fazer tão mal...
Muito triste eu estar sempre tão triste!


Obs: Desculpem aí a lamentação, estava engasgado desde sábado. Vou ali assoar meu nariz entupido e curtir a que já insônia se instalou.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Mais uma de (des)amor


A diferença entre entrar com a cabeça num relacionamento e de cabeça é enorme... e geralmente os resultados também são bem diferentes! A razão faz você ficar atento às atitudes que envolvem o caso e a emoção faz com que você se cegue e queira acreditar no que não existe.

Vou falar mal da ala masculina! Hahaha.

Promessas, conversas, mensagens, encontros e... mudança! Sim, no início você ouve de tudo, tem muita menina que escuta o "I love you" em uma semana. Deus me livre, nossa senhora da carência que me proteja!

O fato é que está tudo lindo e tudo tão esclarecido (você acha!) e de repente tudo muda. E é assim que muda, do dia pra noite e sem aviso prévio. O grande amor vira pano de chão de rodoviária e só deveria ter um destino; o lixo.

Pra quem entrou com a razão é exatamente isso. Deleta e vai pra lixeira. Pra quem entrou com a emoção aí entra o desespero. Querer recuperar arquivo danificado, baixar tudo quanto é programa antívirus e virar a noite pesquisando pózinhos mágicos para a cura do coração partido.

E não pense que o Dom Juan da feira não vai virar um abacaxi na sua mão, porque vai! Vai tentar te confundir fingindo da forma mais calórica ser doce quando na verdade está cheio de espinhos perfurando suas lindas mãozinhas. E tome desinteresse, e tome interesse! Num vai-e-vem frenético que racha a cuca do mais duro côco que já se ouviu falar.

O que antes era "bom dia amor, dormiu bem?", agora virou algo como "bom dia" mais desanimado possível e que não desenvolve assunto algum.

Não caia na tentação de crer que onde tem fumaça não tem fogo.

E aquele ser que prometeu ser sincero na hora que queria te conquistar é o mesmo que agora finge que nada aconteceu só pra te manter caso seja necessária. E cabe a ti perceber que isso não fará bem e seguir com dignidade o seu rumo.

Pois, como costumo dizer, as palavras encantam mas só as atitudes têm valor. ;)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Mais uma de amor



Eu não sou - nunca fui- uma pessoa muito romântica. Nunca sonhei, por exemplo, como seria o dia do meu casamento ou em ter filhos e quais seriam seus respectivos nomes. E não é que eu não queira essas coisas. Eu quero (o 2º item eu quero só se tiver o 1º, claro, rs). Mas é que sei lá, sou mais emoção do que razão pra muitas coisas, mas aparentemente, e eu disse APARENTEMENTE, pro romance ao estilo love is in the air, nem tanto.

Pode perguntar a qualquer um dos meus ex-namorados. Eles dirão que sou carinhosa, que sou atenciosa. Nunca romântica. Sempre fui a namorada engraçada, a divertida, a moleca. Repito: nunca a romântica. Parece que sou prática demais para isso. Talvez seja por isso que nunca, em minha vida, recebi flores ou uma bela surpresa de amor.

Então, há algum tempo, venho me perguntando: se é assim que sou, por que motivo, WHY GOD, eu choro tanto em filmes de amor? Se não sou esse poço de mel de laranjeiras, porque me comovo tanto ao assistir histórias que retratam a superação através desse sentimento e blábláblá?

“O amor é tudo” – disse hoje a personagem de um desses filmes. E eu chorei. Pra variar.

E me dei conta que talvez eu chore por medo. Medo de não descobrir se o amor é mesmo tudo isso, a não ser pelas imagens projetadas na tela. Cenas de um amor perfeito, com final feliz, que dura duas horas, até eu desligar a tevê pra ir dormir.

Tenho medo até de nunca ter amado. Fico pensando que, se eu não sei se amei, se não senti nada tão avassalador assim, é porque,de fato, nunca amei. E tenho medo de ser assim pra sempre. Porque, se o amor é mesmo tudo, vai sempre faltar algo pra mim.

Ou será que nós superestimamos o amor?

E você pode dizer que eu sou dramática (e de fato eu sou) e argumentar que tenho apenas 28 anos (29 em pouco mais de dois meses) e ainda há tempo pra isso. Mas não pode me chamar de covarde por ter medo.

Eu sou corajosa porque acredito no amor. Não tenho certeza se vou encontrá-lo, nem que vai ser tudo isso. Mas acredito nele. E azar de quem acredita que ele é apenas um detalhe na vida. Porque não é. Um detalhe é ter um carrão ou o celular mais moderno. Um detalhe é ter muito dinheiro. Um detalhe pode ser até o lugar onde se vive. O amor não.

E mesmo que eu não venha a vivê-lo de forma tão intensa, vou continuar a apreciá-lo. Vou me permitir a me emocionar com cada happy end na telinha. Vou continuar a ter fé que um dia vou ser naturalmente romântica e vou ter certeza. Certeza que é amor.

Porque não?