sexta-feira, 3 de maio de 2013

Palpitações




Não doutor, não precisa fazer o eletrocardiograma nem o teste ergométrico. Deixa pra lá o monitor holter 24h. Eu já sei o que tenho e o aparelhinho não vai detectar.

Descobri sozinha, quando ele me enviou uma foto despenteado e sem camisa, pronto pra dormir. Confirmei os sintomas quando ele me mandou uma mensagem dizendo que não sabe mais o que faz, porque não consegue parar de pensar em mim. Foi quase fulminante na hora que ele me apertou nos braços e me disse pra dormir ali, no peito dele.

Aquela sensação de taquicardia, pré-desmaio. O sangue some do rosto e da ponta dos dedos, concentra tudo no peito pra ver se o coração volta a bater no ritmo normal.

Não há pior diagnóstico do que se descobrir apaixonada. É pior que doença cardíaca.
E doutor, sei que não vai ter medicamento beta-bloqueador ou marca-passo que vai resolver meu problema.

Minha cabeça diz: Corra Lola, corra!!! Aqui é terreno inseguro.
Meu coração fala: Fica, e vê qualé que é. Você já tá lascada mesmo.

E nessa arritmia frenética, tento respirar fundo, checar a pulsação e restabelecer o equilíbrio. Coragem, ninguém morre de amor. Além do mais, você está atrasada pro seu ecocardiograma.

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